Ciência, amor e mindfulness
Estes dias assisti novamente aquele filme sobre o astrofísico inglês Stephen Hawking, “A Teoria de Tudo”. Um lindo filme de amor – sim, de amor entre dois seres humanos e de amor pelo conhecimento. A extraordinária jornada de Jane e Stephen na luta contra uma doença terrível, que só pôde ser contida pelo amor. Não um amor barato, mas sim um amor genuino.
Um amor que nos faz florescer; que nos dá motivo para viver; que nos dá força para enfrentar os desafios que toda vida traz.
Somos inspirados pelo amor e quando vemos estórias como esta, nos alimentamos um pouco. Mas, onde está o amor em nossas vidas?
O amor verdadeiro, não o amor romântico, idealizado e irreal. Falo de um amor concreto, palpável.
Me fez pensar no quanto nos negamos esse amor real, alimentando fantasias de um comportamento pré-estabelecido por ideais ilusórios. Criamos regras de como devemos ser e de como os outros devem ser. E passamos a correr atrás de implementar essas regras, e não o amor.
Com as regras criadas, estamos armados contra nós mesmos e contra todos! Começamos a nos cobrar o tempo todo uma perfeição inalcansável, como se tivéssemos em mãos um chicote enorme, nos açoitando a cada mínimo descompasso.
Alimentando a cada momento um diálogo interno cruel, fulminante – que nem percebemos, que nem mais ouvimos, de tão acostumados que estamos com esta autocobrança constante.
Quem consegue viver em tais condições? Quem consegue prosperar?
Como se não bastasse cobrarmos essa perfeição de nós mesmos, começamos a cobrar das pessoas próximas de nós esse mesmo objetivo inalcansável. E não se engane – quanto mais próxima a pessoa, mais ‘carrascos’ nos tornamos.
A prática da meditação, com sua proposta original de ser uma jornada que evolui em estágios, pode nos ajudar a conquistar a percepção dessas ações.
Treinamos reconhecer o que estamos fazendo, quando estamos fazendo. Exercícos de mindfulness e amorosidade nos ajudam a cultivar um olhar acolhedor para nós mesmos, criando um caminho para uma mudança consistente.
Assim, abrimos a opção de escolher como agir.
Quando nosso amor próprio floresce de forma real, descobrimos em nós uma força que supera desafios, nos faz seguir adiante, atrai pessoas para nossa jornada e faz a vida valer a pena.
Muitas pesquisas estão sendo feitas para entender os mecanismos de ação das abordagens com mindfulness e compaixão. Os resultados são promissores, mas acabam ficando reservados aos pesquisadores.
São filmes como este, que nos ajudam a ver de forma aplicada como esta atitude amorosa contribui para construir uma vida plena. Sem unicórnios de arco-iris…